O desafio de alimentar 9 bilhões de pessoas

 

Quando pensamos sobre as ameaças ao ambiente, tendemos a imaginar carros e chaminés, e não no jantar. Mas a verdade é que a nossa necessidade de alimentos representa um dos maiores perigos para o planeta.

A agricultura é um dos maiores contribuintes para o aquecimento global, emitindo mais gases do efeito estufa do que todos os nossos carros, caminhões, trens e aviões do planeta juntos, em grande parte, a partir do metano liberado pelo gado e fazendas de arroz, o óxido nitroso dos campos fertilizados, e dióxido de carbono a partir do corte de florestas tropicais para cultivar ou criar gado. A agricultura é o usuário mais sedento de nossas preciosas fontes de água e um grande poluidor, como escoamento de fertilizantes e estrume perturba lagos , rios e ecossistemas costeiros em todo o globo. A agricultura também acelera a perda de biodiversidade. Como temos áreas de pastagem e de floresta desmatada para fazendas, perdemos habitat fundamental, tornando a agricultura um dos principais motores da extinção da vida selvagem.

 

Os desafios ambientais colocados pela agricultura são enormes, e que só vai se tornar mais urgente à medida que tentamos atender a crescente necessidade de alimentos em todo o mundo. Nós provavelmente teremos mais dois bilhões de bocas para alimentar e em meados de século seremos nove bilhões de pessoas. Mas o crescimento da população pura não é a única razão pela qual vamos precisar de mais alimentos. A disseminação da prosperidade em todo o mundo, especialmente na China e na Índia, está impulsionando um aumento da demanda por carne, ovos e laticínios, aumentando a pressão para cultivar mais milho e soja para alimentar mais gado, porcos e galinhas. Se essa tendência continuar, o duplo golpe de crescimento populacional e dietas mais ricas nos obrigarão a a  produzir aproximadamente o dobro da quantidade de alimentos que produzimos hoje.

Infelizmente, o debate sobre a forma de abordar o desafio global de alimentos tornou-se polarizada, colocando a agricultura convencional e do comércio global contra os sistemas alimentares locais e fazendas orgânicas. Os argumentos podem ser ferozes, e como nossos políticos, nós da sociedade civil também estamos ficando mais divididos em vez de encontrarmos um terreno comum. Aqueles que são a favor da agricultura convencional dizem  que a mecanização moderna, irrigação, fertilizantes e melhorias genéticas  pode-se aumentar produtividade para ajudar a atender a demanda. E eles estão certos. Enquanto isso, os defensores de fazendas locais e orgânicos afirmam  que os pequenos agricultores do mundo poderiam aumentar muito  a produtividade e ajudá-los a sair da pobreza, através da adoção de técnicas que melhorem a fertilidade sem fertilizantes sintéticos e pesticidas. Eles também têm razão. Seria sábio  explorar todas as boas ideias, quer de fazendas orgânicas e locais ou fazendas de alta tecnologia e convencionais, e misturar o melhor de ambas

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Fonte: National Geographic