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quinta-feira, 26 de março de 2015

O dia em que a esperança bateu em nossas portas. Por Luan Vinicius de Carvalho*

O dia em que a esperança bateu em nossas portas. Por Luan Vinicius de Carvalho*

Era uma vila de casas bastante singela. Não possuía luxo, riqueza, mas era encantadora. Todo final de tarde, senhoras tricotavam nas varandas de suas casas, crianças brincavam de pula corda na calçada e casais apaixonados namoravam nas sacadas. Um ser exótico, misterioso e vestido de palhaço, circulava todos os dias distribuindo doces para a criançada. Ninguém nunca conseguiu desvendar a verdadeira identidade deste ser. Alguns achavam até se tratar de um bandido disfarçado. Será homem? Mulher? Feio, bonito, esquisito? Perguntas que nunca foram respondidas... Quatro famílias do vilarejo estavam passando por sérios problemas pessoais. Na casa de número um, Gabriel, um menino de seis anos de idade, estava esperando um transplante de coração. Era vítima de uma cardiopatia congênita, aguardava a ligação do hospital. Na casa de número dois, um pai de três crianças estava desesperado. Encontrava-se desempregado, aguardava o chamado de um emprego que havia procurado no dia anterior. Na casa de número três, mãe e filha aguardavam o retorno do genitor da casa que, após uma briga, foi-se embora. E, na casa de número quatro, um jovem rapaz rebelde, usuário de drogas, atormentava os pais. Em uma noite de céu estrelado, o ser vestido de palhaço bateu de porta em porta. Na casa de número um, a mãe de Gabriel atendeu a porta. O mascarado passou suas mãos sobre o lado esquerdo do seu peito e, em seguida, transportou essa energia para as mãos da mãe do garoto. Na casa de número dois, um dos filhos do pai desesperado atendeu a porta. O mascarado entregou-lhe um bilhete onde estava escrito a palavra "Sustento." Na casa de número três, mãe e filha atenderam a porta. O mascarado deixou uma casinha pequena, daquelas de brinquedo, onde haviam três bonecos representando pai, mãe e filha. Na casa de número quatro, os moradores estavam ausentes. Ele escreveu na porta a palavra "Recomeço." No dia seguinte, o vilarejo amanheceu em festa! O hospital ligou para a mãe de Gabriel, marcando a data da cirurgia.
O pai desempregado recebeu o comunicado da sua contratação. Sabe o pai fujão? Voltou para casa trazendo uma sacola de pães quentinhos, que foram servidos no café da manhã. O jovem rapaz rebelde largou o vício das drogas. Conseguiu um trabalho, voltou a estudar. Seus pais estavam radiantes! Gritos da criançada, vindos do pátio da vila, chamaram a atenção de todos. A fantasia do mascarado estava jogada no chão. Havia uma placa, onde estava escrito: "Cumpri a minha missão. Todos possuem uma missão nesta Terra. Qual é o meu nome? O meu nome é Esperança! Fiz questão de levar um punhadinho de esperança para cada um de vocês. Lembre-se: antes da realização, é preciso haver esperança". Aquele mascarado nunca mais foi visto pelos moradores da vila. Quem ele era? Não sei, fica o mistério...
Seja qual for o seu problema, tenha sempre esperança. Um dia, certamente, ela baterá em sua porta. Quem sabe não é amanhã?
* Estudante de Biologia


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